Sinto-me como um palhaço sem festa, miserável e triste sem perceber onde pára a tenda do circo. A trupe adiantou-se na viagem e ele (eu, palhaço) foi ficando para trás sem perceber que todos o abandonaram, agora o mundo não é mais uma festa para crianças, é já o mundo dos adultos que julgam, que não sonham, que pensam em números e fazem planos específicos para cada dia da semana. O palhaço quer fumar um cigarro, quer beber um copo de gin. O palhaço quer chorar mas não pode pois vai desfazer a máscara e tudo o que ele não quer é revelar a sua verdadeira identidade. Há que manter o boneco. O palhaço sem circo é ridículo. O ridículo boneco sem circo, sem trupe, sem crianças para divertir - um palhaço solitário num mundo egoísta onde se pode tudo menos ser feliz.
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