Preciso de um balão que voe muito alto e que me faça esquecer que o chão é feito de pedras cortantes. Preciso de perder-me por entre os escassos candeeiros que iluminam a praça, e recuperar a vontade de saborear o lusco-fusco do pensamento. Estar só. Como naqueles passeios nocturnos por veredas escuras em que nos perdemos sem sabermos como voltar para trás. Estou cansada de palavras. Tenho saudade de palavras. Há coisas que não te disse. As palavras parecem dizer tão pouco. Dirão nada dos nadas que cada palavra possuiu.
Não sei se terei esse balão mágico, e nem sei se importa.
O silêncio já não incomoda.
Quero somente caminhar sem rumo.
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