Dia 5 de Janeiro, já andavas tu no leito alheio, escrevi corajosamente aquilo que não voltei a escrever todos os meses que se seguiram: faltas-me. E é verdade. Esta secura que me invadiu é por tua causa, devo assumir sem receios. Fechaste todas as nascentes que me incendiavam e inflamavam a escrever. E escrevia, mesmo que o fizesse de maneira pobre e infantil, mesmo que o fizesse por te odiar e amar dessa forma retorcida que só nós sabemos.
Sobrou este silêncio como cinza de um incêndio. Na realidade, ditas bem as coisas, não sobrou nada... ficaste com tudo.
Arrasto-me de livro em livro a tentar encontrar nas palavras dos outros aquilo que quero dizer e sentir mas que não consigo.
Há a urgência de me reinventar, mas procuro-te em todos os poros da pele mesmo depois de ela cair. És como uma doença crónica que eu não quero tratar.
Eu quero. (mas não quero perder-te)
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