O primeiro dia no ano é sempre promissor. Renasce aquela vontade infinita de fazer qualquer coisa, nem que seja só cair desamparado sobre a areia. No segundo dia, começam as interrogações secretas, serei eu capaz de fazer todas aquelas coisas a que me propus, quero-as realmente? Serão demais para mim? Serão importantes? Porque quero eu fazê-las?
E o terceiro dia vem como uma pausa do ano que passou e deste, que agora se desenrola lentamente diante de nós como um grande novelo de dias e meses, sempre iguais aos anteriores no nome, mas com variações subtis na forma como se pronunciam.
Farei eu parte de todos aqueles que têm mais barriga que olhos?
Eu, eu quero ter mais olhos que barriga.
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