C'Est Toujours La Même Histoire, C'Etait Une Histoire D'Amour
E se de repente a vossa vida fosse tomada por pequenos e peludos e queridos bichinhos sugadores? A mim aconteceu-me, e juro que foi sem querer!
"É que os últimos dias têm sido um pesadelo, eu conto... eu conto...
Sexta a gata entra em trabalho de parto (pois, agora tenho uma gata), tonta como ela é, não percebeu que iam nascer bebés (nós também não tínhamos percebido quando a aceitamos cá em casa, mas não tardou a tornar-se óbvio que aquela barriga redonda não poderia ser só prisão de ventre), andava a passear pela casa em vez de estar quietinha no seu lugar, e quando demos por ela, andava com um bebé a arrastar pelo chão, tivemos de ser nós a cortar o cordão umbilical porque o raio da gata estava mais assustada que eu e o Filipe juntos! Depois ela lá percebeu que aquela coisa branca e "gritante" até era querida e lá se aninhou com ele.
Problema dois, a gata não tinha leite, depois de um rodopio lá fomos comprar leite para o bichinho, o Filipe passou a ser a mãe. Problema três, as horas passaram, a barriga da gata a borbulhar com gatinhos a querer sair e nada de contracções. Correria para o veterinário. Ou se fazia uma cesariana logo para salvar os bebés, ou esperava-se para ver no que aquilo dava. Cesariana. Nascem os outros 4, a mãe Filipe amamenta a bicharada enquanto a gata, completamente KO, recuperava. Lá a fomos buscar sexta à noite, completamente drogada, aos berros, cheia de dores, percebemos logo que tínhamos de ser nós a continuar a amamentar os bichos (ia ser uma noite interessante a acordar de duas em duas horas), resolvemos pintar com tinta uma bolinha de cor na cabeça dos gatinhos, para sabermos quem comeu e quem não (uma ninhada de cinco gatos iguaizinhos). De madrugada, a gata, mais calma, lá aceitou os "lagatinhos" ao pé dela, podíamos dormir finalmente. As coisas pareciam correr bem, mas depois algo estranho aconteceu. Problema quatro, os gatinhos estavam a ficar carecas, sim, carecas, pareciam uns frades com um círculo sem pelo na cabeça, a ideia da tinta não foi assim tão brilhante! Visita ao veterinário para ver se a família estava bem, os pontos, os leitões, quem é menina e menino (três gatos e duas gatas). Problema cinco, trazem amigos para casa, quando demos por isso, havia duas pulgas japonesas a fazer turismo nos pequenos. Tirando isso, pareciam estar a crescer bem, gordinhos, a devorar as maminhas da gata como uns leões, até que ontem, ao examinarmos melhor percebemos que algo não estava bem, problema seis. Um dos gatinhos (desconfiamos que o que nasceu primeiro, que esteve mais horas sem a mãe) está visivelmente mais pequeno, fraquinho, a pelagem ainda pouco desenvolvida e com problemas de respiração (e um olho super inchado, parece um daqueles peixes pretos que têm os olhos a sair para os lados). Ao que parece está constipado, e isso só traz problemas, tem dificuldade em respirar pelo nariz, fá-lo pela boca e por isso come muito pouco, ou nada. Além do mais como não tem olfacto não consegue encontrar as maminhas... Enfim... o que em tempos parecia uma coisa fantástica, a chegada dos leitões, revelou-se num pesadelo de problemas e consultas ao veterinário." (from an e-mail sent to Esquimó).
E isto tem sido a minha vida, bolas de pelo a pedir mil atenções, e mesmo quando não pedem - ora - eu não me importo de dar!
A Billie está blue... eu também.
Resolvi limpar o pó aos velhinhos CD's, daquele tempo muito antigo em que eu tinha janelas abertas para ouvir os gatos dos visinhos. Billie Holiday acompanha-me agora na voz, enquanto eu a acompanho a ela. O teclado não é o do piano, mas tenta criar pequenas letras que vou juntando para formar palavras mais ou menos coloridas - a música, "all of me".
Aos que quiserem ouvir este dueto, sentem-se por aí, aquele monte de livros parece-me confortável.
Por onde começar? Parece que estou sempre a querer começar qualquer coisa que ainda não sei o que vai ser, mas vai ser bom, certamente, assim que começar! Numa conversa comentava que não tinha escrito nada, que não sabia quando voltaria a escrever e que o mundo é redondo e por isso mesmo muito difícil de uma pessoa se equilibrar em cima dele - não tenho as qualidades das focas, e ainda por cima tento equilibrar mil bolas no nariz. É para isso que o nariz serve não é?
O mais estranho de tudo é que o céu ficou muito azul, um azul escuro sem brilho, um pouco como os blues, se bem que os blues têm estrelas, e o azul é mais brilhante, mas pronto... talvez não devessemos catalogar os azuis.
Ai ai, só sei dizer parvoíces.
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