Birra de Sono - para si, servido com batatinhas e arroz branco a acompanhar

Não, não estou com sono. E não, também não estou a fazer birra. Ou talvez esteja, na realidade não sei mais o que é sono e birra, crescer faz com que certas coisas deixem de existir... à quanto tempo não me acusam de ter uma birra de sono? Tenho saudades.
Para si, senhor das coisas fantásticas, das coisas fantásticas que devem ser em quantidade e não em qualidade (tau tau para si que pensa assim).
Ora, não é que o tema que sugeriu seja mau, é até bastante interessante, é daqueles que nos deixa divagar (a realidade é que não há uma resposta directa e concisa para a pergunta que me fez - pergunta ou pedido, podem ser ambos, um dentro do outro).
(Não, não foi nenhum pedido de casamento, e não, o texto que supostamente eu deveria escrever - uma página, não era, tamanho 8? - ora, não a página, o tamanho do texto... uffa, adiante)
A realidade é que não escrevi nem uma linha sobre esse tema... porquê? Porquê satisfazer assim um capricho estranho e sem qualidade?
"Sem qualidade?", diz o senhor levantando o sobrolho muito irritado com esta conversa toda, pois, é mesmo sem qualidade.
E agora chegue-se para lá que chegou a minha vez de falar das coisas que eu quero falar.
Que pode muito bem ser sobre nada.
Nada, é bom, é sinal que estamos a pensar em muitas coisas, tantas que essas coisas turvam a nossa mente de tal maneira que mais parece que estamos numa luta de lama (eu e uma chinesa? Que seja.), e então ficamos a um canto sem nada para dizer de interessante.
Isso é crime?
Diga-me, senhor da verdade absoluta?
Tome lá para si, um rebuçado de menta para lhe adoçar e boca.
E agora?
Agora deite-se e durma, eu estou com birra de sono.

Nostalgia ou queda na realidade?!...

Sweet eighteen... às vezes, às vezes parece que estou tão... "grande" (velha?!)...

há dias assim... e assado

É engraçado despertar.
Reparar em todos aqueles pequenos detalhes que nos escaparam durante toda uma vida, como se finalmente tivéssemos acordado, percebido e observado pela primeira vez a cor das folhas de Outono. Há dias em que gostaria não sentir. Passar o dia sonambulando e não sentir culpa nisso. Gostava de ler um livro. Não que não o possa fazer, claro que sim, há tanto livro por aí, perdido... mas queria ler um livro daqueles que nos absorvem totalmente para dentro de si, e ficar assim, quente e dobrada na barriga de um qualquer livro que me fizesse sonhar muito nestes dias de frio. Um livro que tivesse grandes fogueiras e salões de chá.
Mas livros assim só existem dentro da minha cabeça, e são muito difíceis de tirar para fora (demasiado quadrados para serem livros).
Talvez devesse escrever sobre os livros quadrados que são colocados fora da prateleira por não ficarem bonitos...

Inexistência

Acordei. Acordei com um medo terrível de falhar. Um medo gritante e estridente, aquele medo de não alcançar nenhuma das metas que sonhei para mim. Preciso conseguir respirar com mais calma, não perder a esperança de que afinal o sol ainda vai brilhar por alguns dias. Pensar que serei capaz - não, pensar que eu sou capaz! Pensar que afinal o sonho é um exercício normal dentro de nós, não devemos suprimi-lo. Porque me impediram de ser grande, porque me disseram que não deviamos ser ousados? Que faço agora? Como desamarrar esses nós cegos que foram sendo feitos por tantas mãos? Aquela peça de teatro despertou em mim o medo da medíocridade, o medo da não existência por ignorancia? Estarei eu a ignorar o facto de que não existo? Existo? Onde? Quando? Em que momento preciso eu existi de facto? Mostrem-mo! E os olhos vão ficando pequeninos de vergonha... vergonha por não me esforçar. Vergonha por tantas vezes ter fechado as mãos aos sentimentos mais simples. Zangada comigo. Zangada, não sei por quanto tempo.

so good... soooo goooood!

Será pedir muito? Rir mais vezes? Sorrir durante mais segundos? Olhar mais fundo nos olhos das pessoas com quem me cruzo? Inventar histórias absurdas sobre todas as coisas em que tropeço? Salvar mais e mais objectos pessoais que encontro na rua? Tentar encontrar-me numa cidade gigantesca, da qual só conheço duas ruas? Tomar café numa mesa com uma só cadeira? Roubar um pouco mais de tempo para poder sonhar sem ter que pensar no futuro? Andar de baloiço até tocar na lua com a ponta o meu dedo? Comer tarde de maça e beber um chá com os amigos do Pólo Norte? Voltar a levantar o copo e dizer "a nos"? Ter menos sono? Ter vontade de pintar as unhas dos pés? Poder fazer tudo mas não fazer nada porque não me apetece? Fazer livros para os outros escreverem? Será pedir muito viver um bocadinho mais?

para quê?

Era bom voltar a percorrer ruas antigas, caminhar rumo ao horizonte sem nunca olhar para trás, para todos aqueles lugares que se vão desmoronando com a distância a que o tempo os vai colocando do coração. A vida não é feita de metros ou quilómetros, não são essas medidas que separam as pessoas. Poderíamos atar uma pequena fita vermelha ao nosso dedo mindinho (como aquelas que se atam quando não queremos esquecer algo importante), eu ato uma ponto do fio ao meu dedo e tu a outra ponta no teu dedo. e íamos por aí, sabendo onde nos encontrarmos. Estaríamos à distancia de um toque de fio, e tu? Do outro lado.

lágrimas de crocodilo


Listen to the girl
As she takes on half the world
Moving up and so alive
In her honey dripping beehive
Beehive
It's good, so good, it's so good
So good
Walking back to you
Is the hardest thing that
I can do
That I can do for you
For you
I'll be your plastic toy
I'll be your plastic toy
For you
Eating up the scum
Is the hardest thing for
Me to do
Just like honey
("Just Like Honey")
por vezes gostava de ter um Bob Harris a sussurar-me ao ouvido as palavras mágicas capazes de mudar vidas, capazes de eriçar pelos à muito adormecidos pelo sonambulismo "cuotidianico".
palavras que roubam sorrisos molhados por aquelas lágrimas pequeninas a que apelidam de crocodilo! quem sabe... I guess... I guess I'm not hopeless. yeah...
talvez beba chá e espere que o sono me apanhe.