Inexistência

Acordei. Acordei com um medo terrível de falhar. Um medo gritante e estridente, aquele medo de não alcançar nenhuma das metas que sonhei para mim. Preciso conseguir respirar com mais calma, não perder a esperança de que afinal o sol ainda vai brilhar por alguns dias. Pensar que serei capaz - não, pensar que eu sou capaz! Pensar que afinal o sonho é um exercício normal dentro de nós, não devemos suprimi-lo. Porque me impediram de ser grande, porque me disseram que não deviamos ser ousados? Que faço agora? Como desamarrar esses nós cegos que foram sendo feitos por tantas mãos? Aquela peça de teatro despertou em mim o medo da medíocridade, o medo da não existência por ignorancia? Estarei eu a ignorar o facto de que não existo? Existo? Onde? Quando? Em que momento preciso eu existi de facto? Mostrem-mo! E os olhos vão ficando pequeninos de vergonha... vergonha por não me esforçar. Vergonha por tantas vezes ter fechado as mãos aos sentimentos mais simples. Zangada comigo. Zangada, não sei por quanto tempo.

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