Dizem que estou para chegar...

- Eu quero contar histórias.
Ele observou-a durante alguns silenciosos segundos sem dizer uma palavra.
- Só preciso de tempo para saber que palavras usar...
E deixaram-se ficar noite adentro ouvindo músicas em línguas que não falavam, mas que no intimo, sabiam compreender.
"Dime porque tienes carita de pena, Que tiene mi niña siendo santa y buena, Cuéntale a tu padre lo que a ti te pasa, Dime lo que tienes reina de mi casa, Tu madre la pobre no se donde esta, Dime lo que tienes, dime lo que tienes, Dime lo que tienes, dime la verdad, Mi niña lola, mi niña lola, Ya no tiene la carita del color de la amapola, Mi niña lola, mi niña lola, Ya no tiene la carita del color de la amapola, Tu no me ocultes tu pena, Pena de tu corazón, Cuéntame tu amargura, Pa consolártela yo, Mi niña lola, mi niña lola, Se le ha puesto la carita del color de la amapola, Mi niña lola, mi niña lola, Se le ha puesto la carita del color de la amapola, Siempre que te miro mi niña bonita, Le rezo a la virgen que esta en la ermita, Cuéntale a tu padre lo que te ha pasao, Dime si algún hombre a ti te ha engañao, Niña de mi alma no me llores mas, Dime lo que tienes, dime lo que tienes, Dime lo que tienes, dime la verdad, Mi niña lola, mi niña lola, Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola, Mi niña lola, mi niña lola, Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola, Mi niña lola, mi niña lola, Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola, Mi niña lola, mi niña lola, Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola" Buika

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se eu comprar um garrafa de vodka bebe-la comigo?

Quem foi que disse que as batatas não tinham sentimentos?

Começar com "meu querido diário" não é um bom augúrio para qualquer tipo de texto, é como aquelas notas que colocamos nos cantos das folhas, para mais tarde nos lembrarmos que aquela folha não relata uma tarde apaixonada na aula de química mas sim o trabalho para casa. O que eu quero dizer é que o "meu querido diário" me parece sempre um roupão de hotel que colocamos para nos sentirmos mais confortáveis antes de nos despirmos pela primeira vez diante do nosso amante. A verdade é que o roupão acaba por cair finalmente quando apagamos as luzes para nos escondermos, e... percebem a ideia. Uma forma de nos escondermos quando queremos estar mais nus. Este blog tem andado à deriva. Crise criativa, conflitos emocionais, falta de tempo, distancias intransponíveis entre o teclado e o monitor, dias de chuva a mais... desculpas, desculpas... como aquelas que damos quando tentamos desculpar o sono que tivemos nalgumas dessas manhas em que tanto queríamos ter ficado a dormir. Tenho 23 anos, a passos largos dos 24, números que me são completamente estranhos, ainda ontem tinha 22 e amanha tenho 26? Mas onde é que eu tenho estado para andar tão longe da minha vida para não notar nenhuma dessas mudanças absurdas no peso do BI? Não acham a idade uma coisa incrível? É o nosso carimbo de validade. "Aproveitem-no", gritam apavoradas as latas de salsichas por este país de fora. Devemos aos 23 parar e fazer um balanço minucioso à nossa vida?
  • duas rugas no olho esquerdo, uma profunda no direito;
  • um emprego;
  • pensando em continuar a instruir-me mas com grande preguiça para o fazer;

Nada me parece auspicioso.

O que eu queria mesmo eram Camomilas na Primavera.

dois mil e oito

O primeiro dia no ano é sempre promissor, renasce cá dentro aquela vontade infinita de fazer qualquer coisa, nem que seja só cair desamparado sobre a areia (penso ter encontrado uma bela cura para a maior parte dos medos). No segundo dia, começam as interrogações secretas, serei eu capaz de fazer todas aquelas coisas, quero realmente fazê-las? Serão demais para mim? Serão importantes? Porque quero eu fazê-las?
E o terceiro dia vem como uma pausa do ano que passou e deste, que agora se desenrola lentamente diante de nós como um grande novelo de dias e meses, sempre iguais aos anteriores no nome, mas com variações subtis na forma como se pronunciam.
A escolha das palavras nos primeiros dias também é diferente, quem somos? Perguntamos trémulos, com medo da verdade, depois talvez nos esqueçamos, ou então, quem sabe, nos lembremos alegremente de mais um corredor da nossa vida, e no bolso, todas as chaves para as portas que fomos fechando.
Farei eu parte de todos aqueles que têm mais barriga que olhos?
Eu, eu quero ter mais olhos que barriga.