sobre mim e sobre todas elas
Querer nem sempre significa compreender essas vontades.
Queremos uma data de coisas, necessitamos delas e somos proporcionalmente felizes à quantidade de quereres que conseguimos concretizar. Pelo menos é dessa forma que agora ela vê as coisas. Dantes acreditava que a felicidade era somente composta por lugares e pessoas. Hoje em dia já não acredita em nada disso. Poderia mesmo dizer que já não acredita em nada. Apenas quer coisas. As coisas são mais fiáveis, não podem enganar, trair, magoar. Temo-las, amamo-las e quando deixam de nos servir guardamo-las dentro de uma caixa esquecida em cima do guarda-fatos. Esquecemos e temos logo outra coisa para a substituir. Em breve vai ser assim com as pessoas. Já somos quase de plástico, mas no futuro vamos ser ainda mais dispensáveis. Talvez os livros deixem de existir e passem a escrever manuais sobre "como aprender a sorrir", "aproveite uma tarde no parque", "história da amizade", "como fazer um piquenique". Infelizmente o decorrer do tempo vai apagando muitas coisas - palavras, hábitos... e as coisas vão mudando. Seremos velhos um dia, já sem familiares e amigos, sozinhos num apartamento pequeno e cheio de caixas com coisas que ninguém quer ver. Sozinhos com coisas que também já não queremos.
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