Sempre disse que se um dia fumasse seria com uma boquilha.
Hoje, foi a concretização dessa premonição de adolescente, um namoro entre mim e essa coisa de fumar. Não, não tenciono iniciar um vício, mas todos sabemos como essas coisas são, dizemos sempre que não ao amor, ao café, ao sexo e a todas as coisas que seduzem e hoje é sexta feira, nada de interessante para fazer, um martini ao som de música latina, uma caipirinha para continuar e assim termina uma noite que nem chegou a começar, eu e a minha boquilha, as duas em silêncio na companhia uma da outra.
Gosto do som que ela faz ao tocar-me nos dentes. Um som de marfim. Um som de outros tempos e de outras músicas, um som antigo que vem de lá longe tocar-me no outro e relembrar-me que o conheço.
Vou perder-me em devaneios neste hipnotismo de virgem que experimenta o seu primeiro amante trémula e com medo, mas mesmo assim curiosa.
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