Há uma vontade imensa. Uma vontade invasora que derruba tudo à sua passagem, uma vontade devoradora, esfomeada. Uma vontade de comer palavras e rasgar paisagens. Incendiar corpos com prazer e desejo, partir sentimentos. Há uma vontade de felino carnívoro, selvagem até ao núcleo - indomável. Há uma vontade de partir mar adentro, romper ondas e separar oceanos, beber o mar e nunca mais ver terra. Há uma vontade de morrer e renascer. Vontade de respirar, andar, falar outras línguas. Há uma vontade de apagar os nomes de gentes esquecidas, amores vencidos, sonhos que se alinham moribundos na valeta prontos para o fuzilamento.
Há uma vontade de gritar até o corpo doer e não haver mais nada a dizer.
Há uma vontade de sentir. Sentir verdadeiramente os momentos, os lugares. Sorrir sorrindo. Escutar, escutando.
Há uma vontade de abrir o mundo para sempre.
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