Tenho uma memória pequenina. Talvez o espaço dentro da minha cabeça seja tão grande que ela se perde sem se conseguir encontrar, jamais. Será uma maneira de conseguir assegurar a minha sanidade mental?
Quantas menos coisas me lembrar melhor vou conseguir viver.
Durante quanto tempo?
Quero essas memórias. Quero-as para as mergulhar no tinteiro da fantasia e as moldar como se fossem um pedaço de barro com o qual posso brincar indefinidamente. Visto este corpo todos os dias, é bonito. Mas não sei a que idade corresponde a minha cabeça, será uma idade antiga, tão antiga que todas as memórias do mundo são minhas, e assim sendo, aquelas que julgava serem únicas, estão misturadas com as memórias de toda a gente? Talvez por isso não as encontre quando as procuro. Vagueio como um pastor sem rebanho. Pastor louco que não podendo ser pastor por não possuir rebanho, quer na mesma sê-lo.
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