In - toxic - action
Havia um bloco de notas onde eu escrevia as coisas horríveis que não podia dizer. Hoje em dia já não existem blocos de notas como antigamente, fazem-se na mesma os blocos em massa, mas não se preocupam tanto com o interior, esqueceram-se da importância do papel, as páginas pautadas as lisas. Hoje preocupam-se com as capas, se são bonitas, de que marca são, se a cor está na moda e se está a condizer com a carteira - não querem saber se é para escrever lá dentro.
Perdi o meu bloco de notas.
Estou cheia de lixo por dentro. Cheia de palavras, monólogos, frases, irritações, declarações, admoestações, gritos, tristezas e melancolias. Não consigo pensar direito. Não havia melhor sentimento que aquele de abrir o bloco de notas e sentir as veias expulsarem o veneno. "Pai, não gosto de ti. Pai não gostas de mim. Mãe, morreste. Não quero mais bolos de aniverários com números. Abraça-me mais vezes. Pára de me julgar."
É uma sensação tão bonita estar limpa.
Perdi o meu bloco de notas.
Estou cheia de lixo por dentro. Cheia de palavras, monólogos, frases, irritações, declarações, admoestações, gritos, tristezas e melancolias. Não consigo pensar direito. Não havia melhor sentimento que aquele de abrir o bloco de notas e sentir as veias expulsarem o veneno. "Pai, não gosto de ti. Pai não gostas de mim. Mãe, morreste. Não quero mais bolos de aniverários com números. Abraça-me mais vezes. Pára de me julgar."
É uma sensação tão bonita estar limpa.
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