O medo da luz
Agora percebia essas contradições que o Camões falava, esse querer e não querer. O lado mais escuro queria manter-se na sombra das portadas fechadas, quieto, a observar a dança dos raios de sol de mais um amanhecer lindíssimo. Mas havia o outro lado, aquele que queria abrir a porta e deixar tudo para trás, caminhar sem rumo e sem medos. E durante muito, muito tempo, manteve-se assim, com a mão exposta á luz que entrava por entre as portadas, a acumular a força de se libertar de tantas amarras inexistentes, como teias de areia acumuladas pelo medo.
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