Quando se tenta pôr alguma ordem nas ideias, tudo fica ainda mais baralhado, nem sei porque se tenta. Por onde começar, quem tem a cabeça nas mãos? Será a casa do homem ou serão as pessoas despedaçadas pelo tempo? Ou eram as raízes?
Quando estava a viajar de volta parecia-me tudo tão claro, as ideias em fila - cristalinas - como um lago onde se podem contar os seixos lá no fundo. Hoje já se voltou a baralhar tudo, e está novamente a água turva. As ideias entaramelam-se, as palavras enrolam-se nas linhas e nada sai direito.
Devia escrever todos os dias as coisas que penso, mas aquilo que escrevo sai ao contrário daquilo que penso, como se a Rute de dentro e a de fora fossem de países diferentes e a tradução estivesse toda errada. Voltarei?
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