Quando Lisboa se abate sobre o rio

Entendi.
Mas mesmo que não entendesse, teria coragem de dizer em voz alta "não, não entendo nada. nada"?
Sigo, dia a dia, a tentar desfiar os dias na esperança de redescobrir a magia infantil de ver no futuro sonhos e metas - mas não vejo nada. Ao espreitar dentro de mim deparo-me com este enorme vazio, como se aquela que me habitava se tivesse ausentado sem eu dar por nada e agora vivo sozinha neste corpo sem rumo. Como um barco à deriva nesse mar sem fim de dias que me cravam na pele, ameaças de angústia, tristeza e solidão, sigo escrevendo com pele, sangue e cabelo: Quem devia ser e onde devia estar?
Por detrás deste sorriso há um dente torto, e atrás do dente torto há uma menina com medo de não viver.

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