Eu quero ser a Ana Lee...

Ana Lee... Ana Lee. Tigre de papel.
Porque não escrevem uma música sobre mim?

Ópio do Povo - dizer o quê

Não querer nada é como uma doença. Começa com o excesso de merda. Há demasiadas opções no caderno da vida. É um totoloto de cruzes que não podes apagar ou mudar. Escolhes a tua chave e jogas com ela. Dão-te é a ilusão que podes ganhar alguma coisa com isso.
Casa-te. 
Trabalha. 
Estuda. 
CALA-TE. Não fales, não penses. 
Come. Comer é muito importante.
Tens um prémio, sabes? O dinheiro, o protagonismo, a importância na escala social. Uma televisão, um carro e no fim - uma casa. Depois vem a reforma. Os filhos que não querem saber de ti. 
Queres ser alguém? Entra no jogo!
É que o relógio "tique-taca" sem parar e quando menos esperares estás a urinar para um fralda com uma agulha enfiada na veia do pé para te alimentar o sangue. És velho e já não queres saber mesmo de nada. Pensas na tua vida lá longe nos confins do passado e achas que realmente não viveste nada. Sabes que mais? Não viveste. Jogaste nos números errados e não ganhaste NADA. A tua televisão é uma merda. O teu carro? Quem o quer? Com sorte, mudam-te a marca das fraldas para que não fiques com o rabo assado.
Temos opção? É uma ilusão. A vida é uma fábrica gigante de carne para alimentar o chão. Vivo para morrer e dar de comer à terra. E eu nem me importo. Eu sempre quis ser uma flor.
A dor de querer. Quero.
Eu quero acabar com tudo e não me importar com nada.
Passear semi-nua no areal. Comer conchas. Beber o céu.
Mas nada disso existe. Querem matar as metáforas. Fazer delas frases esquecidas dentro de livros que talvez nunca sejam lidos. 
Eu não existo. Não existo neste conceito de existência que me querem vender. 
Sou como as línguas mortas. Um vago registo de algo que ninguém se lembra.

apontamentos 2

O suicídio, naquele momento, era o ponto final da burrice. 25 anos de ignorância eram de mais para aquele corpo franzino. Queria acabar com tudo - os livros que nunca lera, os países que nunca visitaria, o sexo que não viveria por medo e ignorância. A ignorância tinha marcado aquela vida para sempre. E ela sabia que não importava, as pernas dela eram longas. Mas para quê pernas longas quando não há o conhecimento que acompanhe essa "longura"? 25 anos de futilidade iriam acabar com uma garrafa de rosé e uma bala. Que acabe tudo, logo e depressa para não mais ter de me enfrentar diante do espelho.

apontamentos

O meu amor é uma caixa de Pandora. Cuidado.

idiotice

Andei a visitar os meus primeiros posts naquela sede de me reencontrar nas linhas que já não me lembro bem de onde são. Na realidade essa outra Maria tinha uma inocência que fui perdendo - afinal as maçãs crescem nas árvores, mas não são para toda a gente. Não quero esconder a cabeça debaixo da areia e não ver a realidade, ando numa busca desenfreada para perceber os motivos de tudo. E eu nunca quis saber de nada. Como me irritam estes momentos inclassificáveis em que me perco em explicações que não fazem sentido nenhum.

X = Y

Odeio café. O sabor... o amargo causa-me arrepios. No entanto, tenho dentro de mim esta crença que me diz - se eu gostar de café, alguém há-de gostar de mim.

a felicidade, esse unicórnio que nos enlouquece

Escrever é uma dor de cabeça na ponta dos dedos. Tens coisas que queres dizer, mas sabes bem que não há quem tenha pachorra para te ouvir. Então, escondeste debaixo da cama e escreves esses teus diários onde falas nas futilidades da tua vida. Mas pensas o quê? Que apenas tu tens perguntas e dúvidas? Apenas tu sofres esse mal universal que é estar vivo e trabalhar para comer e... e sorrir? Somos alimentados para sorrir, "sejamos felizes vá lá, vamos fazer um passeio porque somos muito felizes". Estou farta de pessoas, tenho um ódio universal por toda a gente, especialmente aquele miúdo das riscas azuis, quem ele pensa que é para sorrir e saltar? Ah... este vicio de escrever que não me larga e me corrói. Tenho medo de morrer... medo de morrer...

O conto da formiga.

Acreditar é difícil. É difícil acreditar que as coisas são o que são. Queremos sempre que sejam outra coisa qualquer - melhor. Damos tudo para não ver a realidade tal como ela é - feia. Somos como as formigas - um ponto qualquer que se mexe lá em baixo - para quê?