Fundo de um copo
É naquele pequeno silêncio antes de se iniciar o Inverno que eu me encontro. Vou fazendo desenhos sem sentido com a minha caneta para passar o tempo, riscos de memórias e risos que se apagaram. E acaba: a luz, o sol, acaba tudo para dar alas à escuridão das estrelas, dos medos e melancolias que sempre acompanham as gotas cinzentas do Sr. Outono que, sem demoras, tomou conta de tudo à sua volta. E eu tento dizer qualquer coisa à multidão, ter algo realmente importante para partilhar com o mundo, mas não há nada. Uma "dorzita" no cu, geral ou própria de cada um, é o que nos liga. Eu não sei nada. E ao não saber nada vou por aí tentando perceber alguma coisa. O que é que se passa? Qual o rumo a seguir agora? Arranjar uma namorada, ver futebol e jantar em casa dos meus pais aos fins de semana. Quem sabe um filho ou dois para entreter a gente, barulho... pessoas que não conhecemos e que nos entram pela porta a dentro. Hoje nem sei se sou homem ou mulher, não me apetece escolher, falar, ouvir. Não tenho sono, nem sede. Tenho apenas nariz. Sei que a alegria termina quando ao beber consigo ver o fundo do copo. É hora de ir para casa.
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