regresso aos guardanapos de papel

Há um certo incómodo no acordar.
Como se as manhãs não devessem existir e a aurora fosse o crime perfeito para o fingimento.
Guardam-se as tristezas e as desilusões na gaveta do pijama e vestem-se sentimentos que não se sentem.
Pintam-se no rosto os sorrisos suficientes para atravessar o dia na margem de se se reconhecido como um morto vivo.
As manhã são uma mentira,
uma promessa de sol que não aquece,
uma luz que não ilumina, uma alegria que não se sente.
Apenas o mar não mente, vestido de cinzento,
mostra sempre aquilo que sente.

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