Amor
'Amour, allez-vouz en pour qu'on puisse mourir'*


O amor! o amor! Ninguém o definiu.
E' sempre o mesmo. Acaba onde começa.
Quem mais o sente menos o confessa.
E quem melhor o diz nunca o sentiu.

Conhece a todos mas ninguem o viu.
Se o procuramos foge-nos depressa.
Se o desprezamos, todo se interessa.
Só esta presente quando já fugiu.

E quanto mais se quer, menos se alcança.
E' homem feito sendo uma criança.
Ninguém o encontra e em toda a parte mora.

Mata a quem dele vive. E' sempre assim.
Só principia quando chega ao fim.
Morreu ha muito e nasce em cada hora.

(Namorados de Virginia Victorino, 3ª Edição, 1921)
 * O amor vai embora assim que podemos morrer

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