Contos do arco da velha, dos dias de frio em que os pés se tocavam na vez das mãos. Mas não interessa... já nada interessa, está tudo morto.

Há um fantasma que espreita pela janela para saber as horas. Na minha embriaguez, partilho com aquele fantasma o meu conhecimento das coisas simples da vida. Olha para mim fantasma, como é linda a noite, prolonga-se para lá do horizonte até ao sol nascer. Arrasto os dedos para escrever, bebo, bebo e assim acredito que a vida é bela. Acredito que o amor e o sexo se descomplicam. Há coisas que te quero mostrar, eu quero mostrar-te coisas que não conheces. Só penso nelas quando estou bêbeda, se assim não fosse não saberia da sua existência. Passo à frente da tua janela e fico à espera que espreites, como o fantasma, mas nunca o fazes. Espreita meu amor... espreita.

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