Biblioteca Itinerante
Foi de repente que me apercebi do quão importante foi para mim este projecto da Fundação Calouste Gulbenkian. Nos confins daquelas montanhas, o dia da biblioteca era como o circo a chegar e montar tenda. Os livros, alguns gastos de tantas mãos, pareciam pipocas, prontos a serem devorados. No fim das aulas, entrávamos na carrinha para escolher os livros que íamos ler.. não sabíamos por onde começar a escolher, as capas tão bonitas e preciosas, e aquele acto benemérito de confiança, era bonito de se ver. Já não me lembro a frequência das visitas. Lembro-me de fantasiar em ficar com todos os livros para mim, não os devolver mais. Mas lá os levava, nos dias certos, para os trocar por outras leituras. Estávamos na década de 90 e ali não havia computadores a maravilhar-nos, havia montanhas e aqueles livros enviados do passado para nos fazer sonhar ainda mais com o leito do sol no fim do dia.
Como foi feita de momentos bonitos a minha infância... cheios de uma timidez inocente que me comove, vista a esta distância de mil vidas.
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