um brinde aos bons velhos tempos, os tempos com baloiços, relva e risos noite adentro. um brinde a esses eus que nos visitam em sonhos!
I'm so alone tonight
My bed feels larger than when I was small
Lost in memories
Lost in all the sheets and old pillows
So alone tonight
Miss you more than I will let you know
Miss the outline of your back
Miss you breathing down my neck
They're all out to get you
Once again
Insecure, what you gonna do
Feel so small they could step on you
Called you up, answering machine
When the human touch
Is what is need
What I need
Is you
I need you
Looked in the mirror, I don't know who I am anymore
The face is familiar
But the eyes, the eyes give it all away
They're all out to get you
Once again they're all out to get you
Here they come again
Insecure what you gonna do
Feel so small they could step on you
Called you up, answering machine
When the human touch
O Lobo e o Capucho (verde, azul ou vermelho)
- Eu gosto de ti – disse o lobo desviando o olhar para a gigantesca e secular oliveira. O Capuchinho Vermelho não disse nada. Não sabia o que dizer embora gostasse de dizer qualquer coisa ao envergonhado lobo que agora parecia perder-se em pensamentos só seus.
- Sabes que há regras – balbuciou o desajeitado Capuchinho Vermelho (ou azul, ou verde, conforme quiserem) – Os Lobos e os Capuchos não devem gostar uns dos outros, esta escrito e sempre foi assim. O autor devia ter as suas razões.
O Lobo suspirou. O Lobo não queria saber de regras nem de coisas que estavam escritas.
- Gosto de ti – voltou a dizer.
O Capucho pousou a pesada cesta de sonhos e desejos e sentou-se num tufo de relva. Cruzou as pernas e sorriu. Não havia pressa. Nem sabia porque tinha de atravessar a floresta, nem sabia muito menos porque é que o Lobo era Lobo e porque é que ele era Capuchinho Vermelho (ou verde ou azul).
Talvez não houvesse nada a dizer. Era o começo.
- Sabes que há regras – balbuciou o desajeitado Capuchinho Vermelho (ou azul, ou verde, conforme quiserem) – Os Lobos e os Capuchos não devem gostar uns dos outros, esta escrito e sempre foi assim. O autor devia ter as suas razões.
O Lobo suspirou. O Lobo não queria saber de regras nem de coisas que estavam escritas.
- Gosto de ti – voltou a dizer.
O Capucho pousou a pesada cesta de sonhos e desejos e sentou-se num tufo de relva. Cruzou as pernas e sorriu. Não havia pressa. Nem sabia porque tinha de atravessar a floresta, nem sabia muito menos porque é que o Lobo era Lobo e porque é que ele era Capuchinho Vermelho (ou verde ou azul).
Talvez não houvesse nada a dizer. Era o começo.
Viajando no tempo 2
Hoje, acordei com aquela sensação terrível, aquela que devasta os dias de sol, aquela que nos transforma em gigantes gordos e pesados. Acordei com a sensação que não existe lugar algum para onde eu possa ir; acordei tendo somente na cabeça a pergunta arrasadora: para onde vou agora? Que lugar? (pensei no singular, pareceu-me mais objectivo, mais eficaz - mas nada.) Que lugares? Nada. E de um momento para o outro (sem que eu reparasse nas artes magicas que foram usadas para aquele efeito) o mundo tinha-se transformado num pequeníssimo berlinde que eu remexia por entre os dedos sem saber o que fazer com ele.
Mas não era assim. Eu estava suspensa no universo tentando segurar-me com o meu dedo indicador todo torcido naquele berlinde que rodava lento e placidamente à volta do sol. Exagero ou não, é devastador acordar e o mundo ser do tamanho de um berlinde. Subitamente, não há lugar para nós e somos como sacos vazios que penduram na varanda e que são sacudidos e empurrados pelo vento de um Dezembro húmido que, por algum motivo alheio, não quer parecer Natal (e o cheiro a pinho? E o frio? E a geada? Eu sei que não é Dezembro, mas para mim é como se fosse, ora!).
Como é possível não haver lugares, e pessoas, ruas? Como é possível não haver pessoas na rua que sabem onde estão os lugares que querem?
Que quero eu? (e esta pergunta parece tão solitária e frágil no meio de uma rua gigantesca que se prolonga até à linha do horizonte)
«Não posso responder eu… eu sou um saco vazio e inútil a ser arrastado pelo vento.»
«Quem… quem falou, quem foi?» Olhei para baixo e lá estava ele, um simples saco branco, cheio, cheio de ar.
«Sou um monstro e estou a escorregar do mundo, tão te assusto?»
«Não sei o que são monstros.» respondeu o saco timidamente.
Peguei-lhe. Apertei-o contra o peito e o saco estremeceu, nunca ninguém lhe tinha pegado daquela forma – exceptuando a Srª. Almerinda que o transportou cheio de alfaces desde a mercearia do Sr. António Teixeira (que também tinha pegado nele mas de uma forma brusca, tinha-o sacudido duas vezes e tudo, o homem era um mal encarado) até casa de uma vizinha sua (a Dona Aninhas) que lhe tinha feito umas encomendas (encomendas essas que incluíam as alfaces), a pobre senhora já não podia sair de casa por causa do reumático do joelho esquerdo e, logo após ter guardado as alfaces na gaveta do lado esquerdo do seu antiquíssimo frigorífico da Oliva, a velha o atirou para o quintal com um ar de desprezo transmitindo ao pobre saco uma sensação de inutilidade; mas mesmo nessas mãos, não sentira aquilo, aquele… carinho.
Naquele momento eu era o saco e o saco era eu.
Não podia simplesmente estar ali, em Lugar Nenhum, vendo aquele saco tão perdido e tão infeliz e não fazer nada. Podia partilhar o Lugar Nenhum com ele, segura-lo pela asa e…
«Mas tu tens asas!», exclamei.
«Sim.»
«Então, és tu que voas por onde queres?» Que pergunta idiota.
«Os sacos não voam. Os sacos são sacos e não penso que muitos se preocupem com isso.»
Quedei-me naquela resposta. Metaforicamente todos temos asas (é a forma que usamos para nos sentirmos capazes de tudo, capazes de sonhos sem fim). Tínhamos mais um ponto em comum eu e aquele saco branco. Coloquei a asa do saco na minha orelha esquerda (como se faz com as cerejas! Ah, como gosto de cerejas!) e podia jurar que o vi corar. De repente, aquele saco branco ficou ligeiramente róseo ao toque com a minha face.
«Não sei para onde vou.» Disse-lhe. Não queria equivoca-lo.
«Leva-me contigo.»
Sorri.
Afinal os dias assim, em que o mundo é um berlinde e nós monstros presos por um dedo e suspensos sobre a imensidão do espaço, afinal, afinal os dias assim podem ser dias de grandes achados. Começou a chover (eu gosto de escrever quando chove!). Abri o guarda-chuva. Por longos momentos ficámos em Lugar Nenhum a ver as gotas a beijarem o chão e a fazer centenas de círculos perfeitos para logo desaparecerem e aparecerem outros e mais, aos milhares! E depois? Depois não sei. Os Lugares Nenhum estão em todo o lado, um pouco como o pó de arroz – nem sei bem porquê.
Mas não era assim. Eu estava suspensa no universo tentando segurar-me com o meu dedo indicador todo torcido naquele berlinde que rodava lento e placidamente à volta do sol. Exagero ou não, é devastador acordar e o mundo ser do tamanho de um berlinde. Subitamente, não há lugar para nós e somos como sacos vazios que penduram na varanda e que são sacudidos e empurrados pelo vento de um Dezembro húmido que, por algum motivo alheio, não quer parecer Natal (e o cheiro a pinho? E o frio? E a geada? Eu sei que não é Dezembro, mas para mim é como se fosse, ora!).
Como é possível não haver lugares, e pessoas, ruas? Como é possível não haver pessoas na rua que sabem onde estão os lugares que querem?
Que quero eu? (e esta pergunta parece tão solitária e frágil no meio de uma rua gigantesca que se prolonga até à linha do horizonte)
«Não posso responder eu… eu sou um saco vazio e inútil a ser arrastado pelo vento.»
«Quem… quem falou, quem foi?» Olhei para baixo e lá estava ele, um simples saco branco, cheio, cheio de ar.
«Sou um monstro e estou a escorregar do mundo, tão te assusto?»
«Não sei o que são monstros.» respondeu o saco timidamente.
Peguei-lhe. Apertei-o contra o peito e o saco estremeceu, nunca ninguém lhe tinha pegado daquela forma – exceptuando a Srª. Almerinda que o transportou cheio de alfaces desde a mercearia do Sr. António Teixeira (que também tinha pegado nele mas de uma forma brusca, tinha-o sacudido duas vezes e tudo, o homem era um mal encarado) até casa de uma vizinha sua (a Dona Aninhas) que lhe tinha feito umas encomendas (encomendas essas que incluíam as alfaces), a pobre senhora já não podia sair de casa por causa do reumático do joelho esquerdo e, logo após ter guardado as alfaces na gaveta do lado esquerdo do seu antiquíssimo frigorífico da Oliva, a velha o atirou para o quintal com um ar de desprezo transmitindo ao pobre saco uma sensação de inutilidade; mas mesmo nessas mãos, não sentira aquilo, aquele… carinho.
Naquele momento eu era o saco e o saco era eu.
Não podia simplesmente estar ali, em Lugar Nenhum, vendo aquele saco tão perdido e tão infeliz e não fazer nada. Podia partilhar o Lugar Nenhum com ele, segura-lo pela asa e…
«Mas tu tens asas!», exclamei.
«Sim.»
«Então, és tu que voas por onde queres?» Que pergunta idiota.
«Os sacos não voam. Os sacos são sacos e não penso que muitos se preocupem com isso.»
Quedei-me naquela resposta. Metaforicamente todos temos asas (é a forma que usamos para nos sentirmos capazes de tudo, capazes de sonhos sem fim). Tínhamos mais um ponto em comum eu e aquele saco branco. Coloquei a asa do saco na minha orelha esquerda (como se faz com as cerejas! Ah, como gosto de cerejas!) e podia jurar que o vi corar. De repente, aquele saco branco ficou ligeiramente róseo ao toque com a minha face.
«Não sei para onde vou.» Disse-lhe. Não queria equivoca-lo.
«Leva-me contigo.»
Sorri.
Afinal os dias assim, em que o mundo é um berlinde e nós monstros presos por um dedo e suspensos sobre a imensidão do espaço, afinal, afinal os dias assim podem ser dias de grandes achados. Começou a chover (eu gosto de escrever quando chove!). Abri o guarda-chuva. Por longos momentos ficámos em Lugar Nenhum a ver as gotas a beijarem o chão e a fazer centenas de círculos perfeitos para logo desaparecerem e aparecerem outros e mais, aos milhares! E depois? Depois não sei. Os Lugares Nenhum estão em todo o lado, um pouco como o pó de arroz – nem sei bem porquê.
Viajando no tempo
Hoje pus-me a pensar. E se pudéssemos tomar uma decisão que sabemos que vai mudar tudo? E se essa decisão fosse largares tudo e seguires uma estrada que não conheces, mesmo que assombrada, mesmo que abandonada?! Sabes que há curvas fechadas, poderão haver poços ou castelos em ruinas, pomares ou quem sabe amendoeiras, mas estás antes da curva fechada. Se pensarmos nisso de repente já nem na estrada antes da curva estamos...
Importa onde estamos agora e o que vemos. Aqui há só a estrada antes da curva e antes da curva há a estrada sem curva nenhuma.
Porque será que passamos a vida inteira a tentar planear tudo e a tentar seguir linhas e traços e picotados que nem sempre sabemos de onde saíram e quem os inventou?
Pega num lápis, já!, traça tu essa estrada! Ah, quando chegarmos lá saberemos!
Importa onde estamos agora e o que vemos. Aqui há só a estrada antes da curva e antes da curva há a estrada sem curva nenhuma.
Porque será que passamos a vida inteira a tentar planear tudo e a tentar seguir linhas e traços e picotados que nem sempre sabemos de onde saíram e quem os inventou?
Pega num lápis, já!, traça tu essa estrada! Ah, quando chegarmos lá saberemos!
pseudomorfose - os meus eus, os que sabem escrever
::eu andei a procurar por todas as vidas uma para copiar e nenhuma era para copiar::
Eva - Primeiro pseudónimo criado em 2005 a partir de uma estranha fixação que desenvolvi em relação às personagens bíblicas Adão e Eva.
Lolita - Criado em 2006, nome escolhido para marcar a nova forma de encarar a vida, mais ousada, sedutora e livre.
Eme - (2006) Pseudónimo criado a partir do som da letra «M».
Pea - (2006) Pseudónimo baseado no gosto ou não gosto generalizado por ervilhas.
Akiko - (2006) Pseudónimo criado a partir de uma lista gigante com nomes começados pela letra «a» (a primeira letra e a primeira vogal do alfabeto), nome japonês sem significado, o que me agradou e libertou de associações futuras.
Dorothy - (2006) Pseudónimo baseado na personagem do Feiticeiro de Oz. Marca essa busca constante pelo caminho certo.
Juliet - (2006) Pseudónimo baseado na famosa personagem da peça de teatro de William Skakespeare que pretende caricaturizar o meu lado mais tonto.
Lea - (2006) Pseudónimo criado a partir da mudança da letra «e» na palavra «ela».
Maria Bonita - (2006) Pseudónimo criado num passeio de domingo e baseado numa loja de roupa infantil da zona sul de Matosinhos.
Maria Caxuxa - (2007-2008) Porque me identificava com as cores garridas e populares que este nome me transmite. Pseudónimo que me recordava a infância e esses eus do passado. Eu antigo.
Maria Papoila - (2008) Porque comprei um chapéu vermelho com abas largas! Porque as flores haviam florido e a primavera tingia a vida com as suas cores e cheiros.
Marie MaChérie - (2009) Chérie, o nome perfeito para um poodle. O nome perfeito para a infantilidade e "PeterPannísse" que me invadiu.
Narcisa - (2010) Pseudónimo baseado na lenda de Narciso. O eu que desconheço fascina-me e inspira-me.
Quem saberá o virá a seguir?
pede um desejo
Este blog faz 3 anos.
Com 3 anos já sabe dizer qualquer coisa,
tem alguma piada e até eloquência.
Com 3 anos já sabe dizer qualquer coisa,
tem alguma piada e até eloquência.
Parabéns a você, sim, a ti!
Parabéns por vires aqui.
Isso alegra-me!
Isso alegra-me!
Obrigada.
*
*
(in)constante - tal como dizem
Há dias que levam com eles as emoções, dias ralo de banheira.
Dias de emoções que escorrem como a lama da chuva pela sarjeta - esses motivos de merda, as certezas incertas nas quais queremos acreditar para ser mais suportável o acumular dos dias no calendário, as datas que mudam sempre em crescente.
Emoções que deixam atrás de si aquele cheiro a vazio, ausência.
Choveu o dia todo. Por dentro e por fora.
E descemos as ruas sem guarda-chuva, deixamos que essa água da chuva que não existe nos lave, nos tire essa sujidade que somos nós próprios. Há estes dias em que a corda ao pescoço aperta, respiramos menos - mas estamos vivos. E viver é isso mesmo - aprender. Respiramos menos e vivemos na mesma, o relógio marca a mesma hora, a noite e o dia sucedem-se, vais jantar novamente - nada muda.
Descansa! Vais dormir na mesma. Dormimos bem porque nada mudou.
Há estes dias em que a sanita não engole só merda, engole também lágrimas e o vómito da tristeza. As paredes de azulejo e o branco frio da luz parecem o aconchego quente dos braços da mãe que já não temos. E ainda que tapes a cara com as mãos, os azulejos conseguem ver-te na mesma.
Há estes dias de merda em que de facto as condições pioram, morrem pessoas à nossa volta. Morrem mesmo. Pais, avós, a infância que viveste... As pessoas morrem muito antes de sabermos que elas morreram, mas quando sabemos, dói igual. E choramos. E aprendemos a respirar como nos ensinaram - mal. Com a corda mais apertada, com mais rugas nos cantos dos olhos, com mais vontade de falar mal de tudo e de todos. Esse vestido fica-te mal, tu ficas mal a ti mesmo. O tempo vai-nos acrescentando mau humor e raiva.
Há estes dias, dias em que comer cerejas não chega. Dias em que os livros estão escritos em línguas que não percebemos, a música é barulho e a comida é lixo.
Há estes dias que gostaríamos de apagar com a borracha, como fazíamos antigamente nos nossos diários, os dias que não queríamos recordar. A mãe morreu - apaga. O namorado deixou-te - apaga. Traíste os teus príncipios - apaga. Vêem como era fácil?
Há estes dias em que, apesar do que toda a gente diz, apetece rebentar com tudo. Qual sol, qual praia, qual luz brilhante? Há apenas escuro, há medo. Há vontade de abraços e de verdade. Verdade! Chega de mentira, chega do faz de conta que somos de plástico... chega de sorrisos falsos, de perfeição... Quero o feio, o grotesco, o retorcido, quero as pessoas verdadeiras. Vontade de gritos.
Mas todos estão cegos... o Saramago tem razão está tudo cego. Está tudo cego mas é por dentro - como esperam sentir o que quer que seja? Como querem sentir o que quer que seja se já estamos mortos?... Estamos mortos, só não o sabemos ainda. Não sabemos nada porque o que importa é que chegou a hora de ir jantar. E não importa... viver é aprender. E vamos vivendo...
Dias de emoções que escorrem como a lama da chuva pela sarjeta - esses motivos de merda, as certezas incertas nas quais queremos acreditar para ser mais suportável o acumular dos dias no calendário, as datas que mudam sempre em crescente.
Emoções que deixam atrás de si aquele cheiro a vazio, ausência.
Choveu o dia todo. Por dentro e por fora.
E descemos as ruas sem guarda-chuva, deixamos que essa água da chuva que não existe nos lave, nos tire essa sujidade que somos nós próprios. Há estes dias em que a corda ao pescoço aperta, respiramos menos - mas estamos vivos. E viver é isso mesmo - aprender. Respiramos menos e vivemos na mesma, o relógio marca a mesma hora, a noite e o dia sucedem-se, vais jantar novamente - nada muda.
Descansa! Vais dormir na mesma. Dormimos bem porque nada mudou.
Há estes dias em que a sanita não engole só merda, engole também lágrimas e o vómito da tristeza. As paredes de azulejo e o branco frio da luz parecem o aconchego quente dos braços da mãe que já não temos. E ainda que tapes a cara com as mãos, os azulejos conseguem ver-te na mesma.
Há estes dias de merda em que de facto as condições pioram, morrem pessoas à nossa volta. Morrem mesmo. Pais, avós, a infância que viveste... As pessoas morrem muito antes de sabermos que elas morreram, mas quando sabemos, dói igual. E choramos. E aprendemos a respirar como nos ensinaram - mal. Com a corda mais apertada, com mais rugas nos cantos dos olhos, com mais vontade de falar mal de tudo e de todos. Esse vestido fica-te mal, tu ficas mal a ti mesmo. O tempo vai-nos acrescentando mau humor e raiva.
Há estes dias, dias em que comer cerejas não chega. Dias em que os livros estão escritos em línguas que não percebemos, a música é barulho e a comida é lixo.
Há estes dias que gostaríamos de apagar com a borracha, como fazíamos antigamente nos nossos diários, os dias que não queríamos recordar. A mãe morreu - apaga. O namorado deixou-te - apaga. Traíste os teus príncipios - apaga. Vêem como era fácil?
Há estes dias em que, apesar do que toda a gente diz, apetece rebentar com tudo. Qual sol, qual praia, qual luz brilhante? Há apenas escuro, há medo. Há vontade de abraços e de verdade. Verdade! Chega de mentira, chega do faz de conta que somos de plástico... chega de sorrisos falsos, de perfeição... Quero o feio, o grotesco, o retorcido, quero as pessoas verdadeiras. Vontade de gritos.
Mas todos estão cegos... o Saramago tem razão está tudo cego. Está tudo cego mas é por dentro - como esperam sentir o que quer que seja? Como querem sentir o que quer que seja se já estamos mortos?... Estamos mortos, só não o sabemos ainda. Não sabemos nada porque o que importa é que chegou a hora de ir jantar. E não importa... viver é aprender. E vamos vivendo...
In a Portishead Mood
Don't drag me down
Just because you're down
And just cause you're blue
Don't make me too
And though you've found
You need more than me
Don't talk to me
About being free
That's freedom without love
And magic without love
Magic without love
Hear me say
Better things will surely come our way
Hear me say
Better things will surely come our way
You say the magic's gone
Well i'm not a magician
You say the spark's gone
Well get an electrician
And save your line about needing to be free
All that's bullshit babe
You just want rid of me
You want freedom without love
And magic without love
Magic without love
Yeah
Hear me say
Better things will surely come my way
Hear me say
Better things will surely come my way
Just because you're down
And just cause you're blue
Don't make me too
And though you've found
You need more than me
Don't talk to me
About being free
That's freedom without love
And magic without love
Magic without love
Hear me say
Better things will surely come our way
Hear me say
Better things will surely come our way
You say the magic's gone
Well i'm not a magician
You say the spark's gone
Well get an electrician
And save your line about needing to be free
All that's bullshit babe
You just want rid of me
You want freedom without love
And magic without love
Magic without love
Yeah
Hear me say
Better things will surely come my way
Hear me say
Better things will surely come my way
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