The - Devil - In - toxic - action
Doctor (a man): Tell me my child, what seems to be the problem?
Patient (a girl): As soon as I'm left alone, the Devil wanders into my soul and I pretend to myself that its impossible, that everything is a dream.
Doctor: I see. Elaborate...
Patient: I go out, to the old milestone insanely expecting Him to go there. Knowing that I wait for him there. I wait for him there, desperately... (She stands up, walks towards the window and looks trough it) Come! Come! Come here at once... (she mumbles) Every night with no moon. Because Doctor, all of my being is now in pining, what formerly had cheered me now seems insignificant, so insignificant... (Looks away with vacant eyes.)
Doctor: I see... (Pause. Writes on a paper) Take this prescription to the Pharmacy. You must take these pills, I think they will help you fell better. And take some vitamins too. You need some color on your cheeks, a young girl like you shouldn't worry so much with such nonsense.
Patient: I have feelings... (Almost to herself) Do you think I will be safe from him, Doctor? I mean, really safe?
Doctor: Who knows my dear... Now, go home. Tell your mother I send my regards. And please, try to get some rest. (Opens the door)
Patient: I cant, tonight there's no moon, I will be waiting for him. (smiling)
(Based on the poem: The Devil, PJ Harvey)
Patient (a girl): As soon as I'm left alone, the Devil wanders into my soul and I pretend to myself that its impossible, that everything is a dream.
Doctor: I see. Elaborate...
Patient: I go out, to the old milestone insanely expecting Him to go there. Knowing that I wait for him there. I wait for him there, desperately... (She stands up, walks towards the window and looks trough it) Come! Come! Come here at once... (she mumbles) Every night with no moon. Because Doctor, all of my being is now in pining, what formerly had cheered me now seems insignificant, so insignificant... (Looks away with vacant eyes.)
Doctor: I see... (Pause. Writes on a paper) Take this prescription to the Pharmacy. You must take these pills, I think they will help you fell better. And take some vitamins too. You need some color on your cheeks, a young girl like you shouldn't worry so much with such nonsense.
Patient: I have feelings... (Almost to herself) Do you think I will be safe from him, Doctor? I mean, really safe?
Doctor: Who knows my dear... Now, go home. Tell your mother I send my regards. And please, try to get some rest. (Opens the door)
Patient: I cant, tonight there's no moon, I will be waiting for him. (smiling)
(Based on the poem: The Devil, PJ Harvey)
In - toxic - action
Havia um bloco de notas onde eu escrevia as coisas horríveis que não podia dizer. Hoje em dia já não existem blocos de notas como antigamente, fazem-se na mesma os blocos em massa, mas não se preocupam tanto com o interior, esqueceram-se da importância do papel, as páginas pautadas as lisas. Hoje preocupam-se com as capas, se são bonitas, de que marca são, se a cor está na moda e se está a condizer com a carteira - não querem saber se é para escrever lá dentro.
Perdi o meu bloco de notas.
Estou cheia de lixo por dentro. Cheia de palavras, monólogos, frases, irritações, declarações, admoestações, gritos, tristezas e melancolias. Não consigo pensar direito. Não havia melhor sentimento que aquele de abrir o bloco de notas e sentir as veias expulsarem o veneno. "Pai, não gosto de ti. Pai não gostas de mim. Mãe, morreste. Não quero mais bolos de aniverários com números. Abraça-me mais vezes. Pára de me julgar."
É uma sensação tão bonita estar limpa.
Perdi o meu bloco de notas.
Estou cheia de lixo por dentro. Cheia de palavras, monólogos, frases, irritações, declarações, admoestações, gritos, tristezas e melancolias. Não consigo pensar direito. Não havia melhor sentimento que aquele de abrir o bloco de notas e sentir as veias expulsarem o veneno. "Pai, não gosto de ti. Pai não gostas de mim. Mãe, morreste. Não quero mais bolos de aniverários com números. Abraça-me mais vezes. Pára de me julgar."
É uma sensação tão bonita estar limpa.
memórias
Mesmo antes de adormecer sonhei com um livro. Era uma história fantástica que me manteve acordada naquele limiar do sonhar e do despertar durante longos momentos enquanto a escutava na voz de algum personagem foragido. Quis agarrar-me àquela história antes de ser catapultada para o sono profundo, mas quando dei por mim era tarde de mais. Acordei sem memória da história, apenas daquela voz que ma contava.
Night Nighty...
Encontrou dois cabelos brancos enquanto penteava o cabelo antes de se ir deitar.
Pôs-se a pensar no que aquilo significava. O seu coração acelerou. O tempo que lhe restava não era muito.
Fechou os olhos e desfalecendo sobre a pia suspirou "Oh God I miss you..."
Pôs-se a pensar no que aquilo significava. O seu coração acelerou. O tempo que lhe restava não era muito.
Fechou os olhos e desfalecendo sobre a pia suspirou "Oh God I miss you..."
Shakespeariana
Capulet: Lift me like an olive branch and show me slowly what I only know the limits of...
Montague: Touch me with your naked hand or touch me with your glove... Kiss me till the end of love.
Histórias
De amor ou as outras que acham menos pirosas? Quais devo registar?
Pensando no futuro, viajando também em barcos que me levam para longe. Beijos e bailes.
Ah, tanto que as canetas querem escrever.
Pensando no futuro, viajando também em barcos que me levam para longe. Beijos e bailes.
Ah, tanto que as canetas querem escrever.
Reposição
(in)constante - tal como dizem
Há dias que levam com eles as emoções, dias ralo de banheira.
Dias de emoções que escorrem como a lama da chuva pela sarjeta - esses motivos de merda, as certezas incertas nas quais queremos acreditar para ser mais suportável o acumular dos dias no calendário, as datas que mudam sempre em crescente.
Emoções que deixam atrás de si aquele cheiro a vazio, ausência.
Choveu o dia todo. Por dentro e por fora.
E descemos as ruas sem guarda-chuva, deixamos que essa água da chuva que não existe nos lave, nos tire essa sujidade que somos nós próprios. Há estes dias em que a corda ao pescoço aperta, respiramos menos - mas estamos vivos. E viver é isso mesmo - aprender. Respiramos menos e vivemos na mesma, o relógio marca a mesma hora, a noite e o dia sucedem-se, vais jantar novamente - nada muda.
Descansa! Vais dormir na mesma. Dormimos bem porque nada mudou.
Há estes dias em que a sanita não engole só merda, engole também lágrimas e o vómito da tristeza. As paredes de azulejo e o branco frio da luz parecem o aconchego quente dos braços da mãe que já não temos. E ainda que tapes a cara com as mãos, os azulejos conseguem ver-te na mesma.
Há estes dias de merda em que de facto as condições pioram, morrem pessoas à nossa volta. Morrem mesmo. Pais, avós, a infância que viveste... As pessoas morrem muito antes de sabermos que elas morreram, mas quando sabemos, dói igual. E choramos. E aprendemos a respirar como nos ensinaram - mal. Com a corda mais apertada, com mais rugas nos cantos dos olhos, com mais vontade de falar mal de tudo e de todos. Esse vestido fica-te mal, tu ficas mal a ti mesmo. O tempo vai-nos acrescentando mau humor e raiva.
Há estes dias, dias em que comer cerejas não chega. Dias em que os livros estão escritos em línguas que não percebemos, a música é barulho e a comida é lixo.
Há estes dias que gostaríamos de apagar com a borracha, como fazíamos antigamente nos nossos diários, os dias que não queríamos recordar. A mãe morreu - apaga. O namorado deixou-te - apaga. Traíste os teus príncipios - apaga. Vêem como era fácil?
Há estes dias em que, apesar do que toda a gente diz, apetece rebentar com tudo. Qual sol, qual praia, qual luz brilhante? Há apenas escuro, há medo. Há vontade de abraços e de verdade. Verdade! Chega de mentira, chega do faz de conta que somos de plástico... chega de sorrisos falsos, de perfeição... Quero o feio, o grotesco, o retorcido, quero as pessoas verdadeiras. Vontade de gritos.
Mas todos estão cegos... o Saramago tem razão está tudo cego. Está tudo cego mas é por dentro - como esperam sentir o que quer que seja? Como querem sentir o que quer que seja se já estamos mortos?... Estamos mortos, só não o sabemos ainda. Não sabemos nada porque o que importa é que chegou a hora de ir jantar. E não importa... viver é aprender. E vamos vivendo...
Dias de emoções que escorrem como a lama da chuva pela sarjeta - esses motivos de merda, as certezas incertas nas quais queremos acreditar para ser mais suportável o acumular dos dias no calendário, as datas que mudam sempre em crescente.
Emoções que deixam atrás de si aquele cheiro a vazio, ausência.
Choveu o dia todo. Por dentro e por fora.
E descemos as ruas sem guarda-chuva, deixamos que essa água da chuva que não existe nos lave, nos tire essa sujidade que somos nós próprios. Há estes dias em que a corda ao pescoço aperta, respiramos menos - mas estamos vivos. E viver é isso mesmo - aprender. Respiramos menos e vivemos na mesma, o relógio marca a mesma hora, a noite e o dia sucedem-se, vais jantar novamente - nada muda.
Descansa! Vais dormir na mesma. Dormimos bem porque nada mudou.
Há estes dias em que a sanita não engole só merda, engole também lágrimas e o vómito da tristeza. As paredes de azulejo e o branco frio da luz parecem o aconchego quente dos braços da mãe que já não temos. E ainda que tapes a cara com as mãos, os azulejos conseguem ver-te na mesma.
Há estes dias de merda em que de facto as condições pioram, morrem pessoas à nossa volta. Morrem mesmo. Pais, avós, a infância que viveste... As pessoas morrem muito antes de sabermos que elas morreram, mas quando sabemos, dói igual. E choramos. E aprendemos a respirar como nos ensinaram - mal. Com a corda mais apertada, com mais rugas nos cantos dos olhos, com mais vontade de falar mal de tudo e de todos. Esse vestido fica-te mal, tu ficas mal a ti mesmo. O tempo vai-nos acrescentando mau humor e raiva.
Há estes dias, dias em que comer cerejas não chega. Dias em que os livros estão escritos em línguas que não percebemos, a música é barulho e a comida é lixo.
Há estes dias que gostaríamos de apagar com a borracha, como fazíamos antigamente nos nossos diários, os dias que não queríamos recordar. A mãe morreu - apaga. O namorado deixou-te - apaga. Traíste os teus príncipios - apaga. Vêem como era fácil?
Há estes dias em que, apesar do que toda a gente diz, apetece rebentar com tudo. Qual sol, qual praia, qual luz brilhante? Há apenas escuro, há medo. Há vontade de abraços e de verdade. Verdade! Chega de mentira, chega do faz de conta que somos de plástico... chega de sorrisos falsos, de perfeição... Quero o feio, o grotesco, o retorcido, quero as pessoas verdadeiras. Vontade de gritos.
Mas todos estão cegos... o Saramago tem razão está tudo cego. Está tudo cego mas é por dentro - como esperam sentir o que quer que seja? Como querem sentir o que quer que seja se já estamos mortos?... Estamos mortos, só não o sabemos ainda. Não sabemos nada porque o que importa é que chegou a hora de ir jantar. E não importa... viver é aprender. E vamos vivendo...
- Lets play a game!
- Ok...
- Let's pretend I'm a rock star.
the atlantic was born today and i'll tell you how:
the clouds above opened up and let it out.
I was standing on the surface of a perforated sphere
when the water filled every hole.
and thousands upon thousands made an ocean,
making islands where no island should go.
oh no.
those people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
the rhythm of my footsteps crossing flood lands to your door have been silenced forever more.
the distance is quite simply much too far for me to row
it seems farther than ever before
oh no.
I need you so much closer
so come on
(Death Cab For Cutie, Transatlanticism)
the clouds above opened up and let it out.
I was standing on the surface of a perforated sphere
when the water filled every hole.
and thousands upon thousands made an ocean,
making islands where no island should go.
oh no.
those people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
the rhythm of my footsteps crossing flood lands to your door have been silenced forever more.
the distance is quite simply much too far for me to row
it seems farther than ever before
oh no.
I need you so much closer
so come on
(Death Cab For Cutie, Transatlanticism)
Poetry *
Ser Poeta Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Áquem e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca
Question mark ?
- Ouve o que te digo, o amor não existe.
- Porque dizes essas coisas? Eu acredito no amor! Amar desenfreadamente, profundamente, poeticamente...
- O amor é como uma gripe, rapariga! Depois isso passa... Ouve o que eu te digo.
- O que é que vai beber?
Apesar do barulho que a rodeava a jovem rapariga debatia-se com a mais antiga das perguntas, será que o amor existe de facto ou não passará de mais uma rasteira dos sentidos que nos engana para nos levar até à cama?
- Porque dizes essas coisas? Eu acredito no amor! Amar desenfreadamente, profundamente, poeticamente...
- O amor é como uma gripe, rapariga! Depois isso passa... Ouve o que eu te digo.
- O que é que vai beber?
Apesar do barulho que a rodeava a jovem rapariga debatia-se com a mais antiga das perguntas, será que o amor existe de facto ou não passará de mais uma rasteira dos sentidos que nos engana para nos levar até à cama?
admirador secreto - fragmentos de um pensamento nocturno
Não havia mais nada para vestir. O frio era d'outro mundo, parecia que as portas todas haviam ficado abertas. Acendeu a lareira com os restos de lenha que ficaram esquecidos da noite anterior, aqueceu água para o chá de tília e ficou a ler as entrelinhas daquele poema esquecido no rasgo da porta de carvalho, era o segundo aquela semana. Quem se daria ao trabalho de lhe escrever poemas? Porquê?
Voltar a escrever...
Esta mulher precisa de uma vida ou mata-se. Ela tem pensado muito nisso nos últimos dias, especialmente agora que a Câmara Municipal mandou envenenar os pombos e eles deixaram de vir pousar-lhe à janela. Os dias parecem-lhe mais longos, o sol ainda que luminoso não tem luz suficiente para chegar lá dentro, ao buraco que é a sua alma. Bem que queria que lha iluminassem, bem que tem rezado aos santinhos, mas nem eles parecem valer-lhe com tantos males que há no mundo, e agora com as cheias lá nas terras longínquas, pobrezinhos dos brazileiros, quem se importa com ela.
Já não lhe interessam os bordados, quem vai herdar as coisas que ela faz? Os livros, já não os pode ler, para pena sua, os olhos lacrimejantes impedem-na de viajar dentro da sua imaginação, resta a televisão que nada de alegre lhe traz, e para desgraças já lhe chega a sua condição de solteira solitária num bairro esquecido Lisboeta.
Acordou cedo, como sempre faz. A máquina do café labora já na sua única chávena matinal, como de costume, a torradeira, cansada de trabalhar sem parar há 18 anos, torra mais uma fatia de pão centeio. Enquanto isto, ela espreita através da janela da cozinha a sua rua ainda adormecida, solitária, despida de pessoas, e pensa no que fazer do seu próprio futuro. Não tem muito tempo, sabe disso, aos 78 anos sonha ainda em concretizar uma mão cheia de sonhos dos quais nunca ousou confessar nem ao padre. Tem esta missão no entanto - viver apaixonadamente para conseguir esses últimos momentos de prazer - ou morrer, porque para ela é o tudo ou o nada, e a vida sem fogo não lhe sabe a nada.
A torrada salta. O pequeno almoço está pronto, pensará nisso depois, agora irá ver os raios de sol acariciando a Ponte sobre o Tejo com beijos de bom dia como todos os dias faz para acordar Lisboa.
Já não lhe interessam os bordados, quem vai herdar as coisas que ela faz? Os livros, já não os pode ler, para pena sua, os olhos lacrimejantes impedem-na de viajar dentro da sua imaginação, resta a televisão que nada de alegre lhe traz, e para desgraças já lhe chega a sua condição de solteira solitária num bairro esquecido Lisboeta.
Acordou cedo, como sempre faz. A máquina do café labora já na sua única chávena matinal, como de costume, a torradeira, cansada de trabalhar sem parar há 18 anos, torra mais uma fatia de pão centeio. Enquanto isto, ela espreita através da janela da cozinha a sua rua ainda adormecida, solitária, despida de pessoas, e pensa no que fazer do seu próprio futuro. Não tem muito tempo, sabe disso, aos 78 anos sonha ainda em concretizar uma mão cheia de sonhos dos quais nunca ousou confessar nem ao padre. Tem esta missão no entanto - viver apaixonadamente para conseguir esses últimos momentos de prazer - ou morrer, porque para ela é o tudo ou o nada, e a vida sem fogo não lhe sabe a nada.
A torrada salta. O pequeno almoço está pronto, pensará nisso depois, agora irá ver os raios de sol acariciando a Ponte sobre o Tejo com beijos de bom dia como todos os dias faz para acordar Lisboa.
Just for a while
mínimo
(latim minimus, -a, um)
adj. s. m. adj. m. s. m.
adj. s. m.
(latim minimus, -a, um)
1. Muito pequeno. = diminuto, ínfimo
2. Que é o mais pequeno. = menor
3. A menor quantidade.
4. O mais baixo preço.
5. Autom. Cada um dos faróis, à frente e atrás, destinados a assinalar a presença e a largura do veículo automóvel.
6. Diz-se de ou o dedo mínimo. = auricular, mindinho
7. Frade da Ordem de S. Francisco de Paula.
January *
Sinto-me como uma velhinha de 80 anos que guarda de baixo da cama uma caixa de sapatos com cartas secretas que esconde desde que se casou aos 20. É como escrever cartas sem destinatário que guardo, não sei para quê. Acho que é a esperança vã de encontrar alguém que leia a língua que eu falo. Bem... aqui estou para escrever qualquer coisa sobre - sobre nada, quem sabe. Escrevia sobre Lisboa para alguém que não conheço quando lhe digo que ao menos em Lisboa me encontro na cidade de onde grandes marinheiros partiram para lugares longínquos e desconhecidos, e sendo assim, esperava ser contagiada por esse espírito aventureiro e ser levada também para longe num navio pirata. Ser destemida, não haver o medo do desconhecido, levar comigo um papagaio que come bananas para todo o lado e ter uma perna de pau da qual me orgulho bastante, obrigado por perguntarem. Os primeiros dias do ano são sempre soturnos, parece que algo muda, temos sonhos e planos e lá ao fundo, nos meses que se avizinham, muitas tempestades e ilhas que não conhecemos, tribos canibais a querer comer a minha outra perna, e as saudades do nosso porto, lá longe numa Pátria da qual só nos lembramos do nome, e na memória umas imagens deslavadas de um rio. Às vezes parece mais que estou num navio sem rumo, perdido no meio do oceano, sem saber para onde ir. Bah... disparates.
Cinzento Escuro Revisited
Não posso salvar o mundo. Seria óptimo acordar um dia e dizer, hoje, vou salvar o mundo, não me telefonem. A verdade é que não há nada para salvar, nada para acontecer, nada para surpreender. A vida é uma sopa de dias que vamos mexendo na esperança que nos saia um dia de sol, quem sabe um dia romântico, na melhor das hipóteses um dia em que nos sai o Euromilhões e... E podemos fingir que somos felizes com estilo! Eu gostava dos dias sopa de letras porque podia escrever as palavras que queria com a comida. Agora tenho mais dificuldade em gostar dos dias, das pequenas coisas da vida. Tudo se vai tornando gradualmente mais complicado, mais cinzento...
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